segunda-feira, 22 de março de 2010

Problemas da heterogeneidade e uma homenagem ao malandro.


Sempre fui um elemento curioso. Curioso ao extremo. Nesses 17 anos de vida, descobri desde o teatro francês até a produção seriada em indústrias automobilísticas, poesia soviética a erupção de vulcões, números complexos a conflitos internacionais. Quase tudo me interessa nessa terra de gigantes! Porém essa tal heterogeneidade tem lá suas desvantagens. Seus baques. E algumas vezes eles deixam um roxo enorme e doloroso.


Esse fim de semana, fui ao Cafe de la Musique (balada que você entra milionário e sai pé-rapado). Um oriental muito simpático da GV que conheci em outra baladinha me convidou. Num esquema espetacular. Fiquei num camarote repleto de Möet Chandon e Jonnie Walker, de homens fortes e interessantes e de um sofá confortável para massagear os pés. Muito chato, não é?
Talvez essa última frase seja irônica pra uma mulher de 25 anos que adore cantar “I Gotta a feeling” a efeito de destilados e conhecer sete caras em menos de quatro horas. Pra mim não, por que eu não sou essa. Foi muito divertido, assumo. Conheci gringos, meu esporte predileto; dancei mais que o Batman e o Robin na despedida de solteiro; encontrei pessoas de universos diferentes, pórem tive de me adaptar e não gosto disso. Muitas vezes menti minha idade. Crescer. Lá é uma casa noturna, é fora da lei eu estar ali, poxa. Sim, isso é careta. Mas estou fadigada de tanta festa. Talvez seja uma crise, três meses solteira e não agüento mais essa vida de boêmia. Prefiro muito mais sair com meus parceiros da escola, que compartilham dos mesmos pensamentos que eu. Agora vou indo atrás da minha homogeneidade. Se o nescau consegue, por que eu não vou conseguir?!


Vou partir pra outra.


2010. O ano do vestiba. Carambolas, meu! Como funciona isso de decidir minha profissão pra sempre?! Sabiam que pra sempre é um tempão?! Quero engenharia ambiental ou engenharia biotecnológica. (Ou economia, jornalismo, biomedicina, física, engenharia de produção, aeronáutica e todas as outras). É, eu tô na dúvida extrema! Mas pelo menos tenho uma boa idéia. E por enquanto essa é a bola da vez, estou estudando mais do que o macaco está comendo banana. De manhã entendo a lei dos cossenos, pela tarde trabalho na análise do caminhão e suas propriedades de transporte de carga, de noite tento colocar tudo isso na minha memória de elefante e de madrugada babo no livro que está em baixo da minha cabeça tentando passar alguma informação pra ela por osmose. De fim de semana faço dois cursos de matemática, um no anglo outro no etapa, com um montão de japonês e nerd babão. Isso é bem cansativo, negão, mas é meu estilo de vida predileto, é o que eu mais adoro fazer, muito mais do que ir ao tal café de nome estrangeiro.


No segundo semestre começo a fazer cursinho, depois é só botar o xizinho nas questões e ver no que dá. Estou animada e confiante. É a lei da ação e reação de Newton; se você estuda, você passa. Tive uma ótima preparação e tenho um rabo gigantesco com provas nesse estilo. Tenho consciência de que posso passar, só enfiar a cabeça nos logaritmos e seguir em frente. Agora me desejem sorte, tenho que fazer uma redação pra escola. Desabafei tudo sobre meu conflito característico adolescente, espero que me entenda, amigo. Felicitaciones e até a próxima baboseira. Seja feliz!

Pé do meu Samba

Dez na maneira e no tom, você é o cheiro bom da madeira do meu violão, você é a festa da Penha, a feira de São Cristovão, é a Pedra do Sal.Você é a Intrépida Trupe, a Lona de Guadalupe, você é o Leme e o Pontal!
Nunca me deixa na mão, você é a canção que consigo escrever afinal, você é o Buraco Quente, a casa da Mãe Joana, é a Vila Isabel,Você é o Largo do Estácio, Curva de Copacabana, tudo que o Rio me deu!
Pé do meu samba, chão do meu terreiro, mão do meu carinho, glória em meu outeiro, tudo para o coração de uma brasileira!

Você é o cara. Te homenageio quantas vezes conseguir, malandro!

Vídeo de "Pé do meu samba" de Caetano Veloso e Mart'nália:

http://www.youtube.com/watch?v=RTfhWgGRTTs

quarta-feira, 17 de março de 2010

10 maneiras de ser um IDIOTA.

5 MANEIRAS DE TORTURAR UMA NAMORADA:
- Dizer que o sexo dela é vegetativo.
- Enquanto a beija sentir o cheiro do perfume R$1,99 da ex-namorada.
- Falar que nem liga pra sua dor de silicone.
- Dizer que a ex é mais inteligente, mais esperta e mais legal.
- Levar ela pra andar de ônibus sendo que ela urina dólares e tem um sapato rosa da Channel de mais de barão que o cobrador acabou de pisar.

5 MANEIRAS DE TORTURAR UMA EX-NAMORADA:
- Depois de um ano e meio juntos, pedir pra afundar num copinho de coca-cola a foto carinhosinha do yakut que você deixou de recordação como um simples carinho de quem passou um ano e meio juntos dividindo guaraná e assistindo sessão da tarde, por que a nova de menos de um mês ordenou.
- Marcar de tomar um sorvete e depois desmarcar alegando ir ao ginecologista com a nova.
- Depois de dizer que você é mais inteligente, mais esperta e mais legal, dizer que mesmo assim prefere a nova.
- Dizer que não quer mais você pois foi num médico ortomolecular e disseram pra ele levar a vida mais leve... (???)
- Deixar você ir embora a pé de um lugar que não tem metrô, de noite, tendo um pólo preto e não tendo que estudar pra fuvest de noite.

5+5 = 10 maneiras de ser um IDIOTA.
Perdeu a oportunidade de ficar quieto? Então pagarás com tua língua, irmão.
Inté.

sábado, 13 de março de 2010

Heloisa e o monstro velho e magricela (com intervenções de Machado de Assis)




15 anos e à procura de diversão. Rodando, rodando, 360º com o braço direito levantado procurando apontar para alguém, cantando unidunitê. Esse alguém teria que ter algo de especial, pelo menos aparentemente. Até que fui fazer umas aulas de violão e conheci um cabeludo, velho e magricela. Como ele mesmo disse, ele era um sex symbol pra uma garota curiosa. Com uma ajuda de seus feromônios, decidi que seria ele O escolhido. O escolhido, pelo meu Aurélio, significa ter alguém para correr atrás, idolatrar e admirar para fugir dos meus coleguinhas chapa-cocô. Em poucas permutas de palavras pude descobrir que ele gostava de Woody Allen, era palmeirense, tinha um cachorrinho carinhoso, ia ao Centro Cultural assistir umas peças, era vegetariano, pintava geladeira nas camisetas, usava umas calças sociais boca de sino, e tocava flamenco. E nada mais afrodisíaco que esse tal de flamenco, Jesus me abana!
Intervenção 1:
Jornanalista: O que é o amor?
Machado de Assis: A melhor definição do amor não vale um beijo de moça namorada.

Passaram-se dias, anos, décadas, séculos, sai do violão, a crise econômica de 2008, empresários correndo com a mão na cabeça em Wall Street atrás da bufunfa perdida, disseram que o Michael morreu, Dilma Botox se candidatou para presidenta, Helôzinha cresceu um bocadinho e reapareceu-se, em algum dia de janeiro de 2010 a comunicação entre o violonista e eu, eu mesma, sem Irene. Repetiu-se toda a permuta de palavras e coisas em comum, e mais um pouco. Você sabe o que é o mais um pouco, porém o mais um pouco não é o X da questão aqui. Como muito bem conotado no meu título, o monstro era velho e magricela e velho. E eu sou uma pirralhinha que tenta organizar os livros de Biologia com a escova de dente na mochila, pra usar depois de comer o lanchinho no recreio da escola. Remetendo o pensamento àquele brinquedo de infância, não é possível encaixar uma bolinha num buraquinho de quadrado. Porém, tudo caminhou e no caso dele pedalou muito bem (pois ele é um dos grandes homens atuais que não solta gases por aí) enquanto isso nós esquecemos de calcular o X da questão; e nos distraímos com as continhas de somar e subtrair. Afinal, não era qualquer equação que calculava esse X, era uma de terceiro grau com direito a gráfico e análises.



Intervenção 2:
Autor: E quanto à amizade?
Machado de Assis: Não te irrites se te pagarem mal um benefício, antes cair das nuvens que de um terceiro andar.


Uma década e mais um muito de anos significa muito quando se trata de um menor como eu, no código penal está escrito que não pode. Essa é a solução de X, simples, mas difícil de ser calculada. Ficar ignorando-a e manter a equação sem solução é só mérito da personagem da música dos Beatles, “I saw her standing there” onde a menina de 17 aninhos consegue facilmente os velhos John Lennon ou Paul McCartney com seu look extremamente sedutor. Fomos nos distanciando até que a bomba estourou. Mas não explodiu em mim, afinal tudo foi só fruto de um unidunitê durante uma crise de um oitavo de idade. Ao contrário de como diz meu título, o músico não era um monstro (como ele sugeriu que fosse o meu título de post!) e sim um carinha muito bacaninha com dedos de aranha, morador do Jabaquara que eu tenho um grande carinho. Não foi dessa vez, amigo, mas como diz o Mário Broz: “Here, we go!” e eu vou indo procurar outro carinha para ser O escolhido e quem sabe mais um pouco. Por hoje é só. Nos vemos no próximo capítulo: “Heloisa e o menino normal” (Ele tem uma beleza moderada, não é pobretão nem playboy, tem uma idade nada característica, faz administração na faculdade, não é chiclete nem Don Juan, o típico normal, e esses são perigosos viu!) Até a próxima, garotão ou garotinha. Sejam felizes (e sortudos).

Intervenção 3:
Autor: Mas o amor muda muito as pessoas?
Machado de Assis: Não há como a paixão do amor para fazer original o que é comum, e novo o que morre de velho.


EXTRA! EXTRA!: Falando sobre mercado financeiro, bolsa de valores, dólares e investimentos; ou seja, Vitão, meu ex-namorado. A saga acabou, como já sabem. E ele já está com outra namorada enquanto eu, bobinha, estudo Euclides. Não que eu esteja manifestando uma pitada de ciúmes e veneninho (mas já manifestando); ela é a mesma coisa que a primeira namorada dele, não sabe diferenciar Austrália de Guiné-Bissau e esquece quanto é 2 laranjas mais 2 laranjas; além de um físico pouco agradável às pupilas humanas. As pessoas nunca aprendem, batem a cabeça infinitas vezes. E talvez ele esteja certo, talvez ele lide melhor com isso. Sim, estou morta de ciúmes, mas a opção foi minha de acabar com isso; não posso abraçar o mundo com minhas duas mãozinhas de pré-mocinha. E muito além disso, recebi recentes ligações deles e um uma delas foi comentado os seguintes tópicos: “Fui no motel hoje, bebi whisky e fiquei mal, na high society (imitando como me refiro a ele) está na moda ter amantes, você tem uma amiga legal?” Ai, que nojinho. Se houve um dia vontade de reatar esse namoro, as vontade baixaram a 0%, pelos mesmos motivos que acabei o namoro. Não queria, mas sou obrigada a concordar com o Cazuzão quando ele diz que a burguesia fede. Prefiro ficar no meu apê humilde na São Judas cheirando a leitinho de pêra. Se estou sendo rude, não sei... mas é aquilo lá, eu tiro onda pra onda não me tirar, eu tiro onda pra onda não me afogar!

Intervenção 4:
Autor: O dinheiro influencia os homens?
Machado de Assis: O dinheiro faz ouvir os surdos e ensurdecer os que ouvem bem.

Tchau.