sábado, 5 de junho de 2010

It's a long way...




Fim de maio, tempos suaves e eufóricos. As coisas estavam mais que perfeitas até ontem, quando eu percebi que detalhes estavam fora do meu controle. Pois bem, semana de olímpíadas; 8/06 - OBMEP e 12/06 - OBM e durante a preparação, um exercício de nada menos ou nada mais que QUATRO PÁGINAS de resolução. Duas horas e meia da noite de uma setxa-feira, pós feriado; resolvendo a combinatória de varetas para formar triângulos. Conclusões maiores do que eu preciso estudar, ainda não tirei; mas como diz o ditado: a fruta proibida é a mais apetecida, eu vou continuar suando a camisa.
Bom mês olímpico, estudante.
Bom mês de copa, torcedor.
Beijo, beijo, beijo!
3 pra casar.

Teorias sem eira nem beira...

Texto feito sob medida.


O ariano abdicou da pureza de seu sangue e, portanto, perdeu também o lugar no Paraíso que havia criado para si. Submergiu na miscigenação racial e, pouco a pouco, foi perdendo sua capacidade moral até assemelhar-se mais aos aborígines do que aos seus ancestrais.
[...]
A mistura do sangue, com a decorrente diminuição da pureza racial,é o único motivo de as culturas antigas terem sucumbido. Pois um povo não perece devido às guerras que perdeu e sim por esvair-se aquela força e resistência contida somente no sangue puro.
Tudo que não for raça neste mundo é escória.


Documento de Mein Kampf, por Hitler. 1925.



Desde 1859, o ano em que é publicado um dos documentos mais importantes da história: “A Origem das Espécies”, escrito pelo naturalista britânico Charles Darwin; líderes ou lideranças sociais têm formulado idéias pretensiosas e insanas para justificar sua forma de exploração social com base nas ideias de Darwin. Ricos sobre pobres, imperialistas sobre aborígines, tecnocratas sobre tradicionalistas, conquistadores sobre conquistados de guerra. Tais líderes justificam essas idéias com base na teoria da seleção natural, como Hitler que justificou o grande massacre dos judeus no argumento de que a raça ariana, povos europeus de etnia branca caucasiana, seriam “superiores” aos demais povos. Então, de acordo com a seleção natural, os inferiores deveriam se extinguir e os superiores, mais adaptados ao meio em que vivem pelas suas variações vantajosas, deveriam sobreviver e dar continuidade à espécie; isto é o que os estudiosos chamaram de “Darwinismo Social”. Como diz o ditado, com papas e bolos (e neste caso, com a teoria capital da biologia) se enganam os bobos.


Desenvolvendo o tema para mostrar a total falta de lógica da teoria, o que faz uma raça ser superior à outra? E quem delega qual é essa raça superior? Primeiro de tudo, o termo “raça” já não é mais usado, o que existem são espécies com fenótipos diferentes. Esses fenótipos, em certas condições, são mais vantajosos que outros, como pele escura em locais de alta radiação solar ou a anemia calciforme, que condiciona formação de moléculas anormais da hemoglobina, apresentando resistência à malária.


É totalmente insano e absurdo dizer que um povo é biologicamente superior a outro povo, e se Hitler e os nazistas realmente acreditassem nisso, por que não deixaram a cargo da mãe natureza selecionar o povo germânico? Ao invés disto, construíram câmaras de gás e fizeram o que Darwin chamaria de seleção artificial. Estudos revelam que, se o Holocausto não tivesse acontecido, o povo judeu seria o povo mais abrangente, nos dias atuais.


Além disso, com o nível de tecnologia alcançado pelo ser humano, pouco se diz sobre teoria da seleção natural na espécie humana. Características desvantajosas que um elemento da espécie humana pode ter, como por exemplo, o dente do siso, podem ser facilmente resolvidas com a intervenção humana.


Como disse o biólogo Stephen Jay Gould: “O que poderia ser mais antinatural, mais irrelevante ao processo darwiniano, do que o assassinato premeditado de milhões de pessoas pela tecnologia humana?”. Em suas recomendações sobre o que os biólogos deveriam fazer nesses freqüentes abusos à ciência, ele diz que é preciso vigilância e humildade. Vigilância no combate a esses abusos e humildade para reconhecer que a ciência não tem, e em princípio não pode encontrar, respostas para questões de ordem moral. Diz ainda que, se algum dia compreendermos esse sentido mais profundo de uma verdadeira comunidade universal, o valor de cada um de nós como membros de uma única identidade, a espécie Homo Sapiens, “ninguém fará o mal nem destruição nem destruição nenhuma em todo meu santo monte” – frase de Ísaias, profeta do Antigo Testamento.