quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

" O Desafinado" - biografia



CAP. I – MISTURA DE LIQUIDIFICADOR.

Sou resultado de uma batida de liquidificador. A primeira fruta era um cara inglês que, aos 7 anos, pedia um frango assado de presente de natal. A segunda fruta veio de outro mix, um polonês e uma alemã; na época em que o Hitler bateu a cabeça e quis matar todo mundo. Depois de maduras, essas frutas foram batidas e assim eu nasci.
Todos ainda muito pobres tiveram de alugar um quarto de um cortiço e viver de pão e sopa, eu lembro que tudo era muito bege e preto e sujo; e a cortina era cheia de rendinhas. Nesta época, minha irmã era da tribo dos Ianomâmis em algum lugar da América Central.

CAP. II – DE 10 CENTAVOS A 1 BILHÃO DE DÓLARES.

Em meio a fezes, urina e gente feia (Praia Grande), fazendo o pobre ‘bate e volta’ de verão, meu pai e eu brincávamos de caça ao tesouro no mar. Dois homens pequenos, gordinhos e com rinite contam a partida, quem achar o queijo coalho ganha! E come.
UM, DOIS, TRÊS! E... De imediato suas grandes barrigas batem numa gosma viscosa preta (mais conhecida como petróleo). Achando que era coca-cola, colocam tudo na mochila e nadam até a costa. Um velho, rico, por sua vez também gordo, com dez mulheres bronzeadas e gostosas que lhe dão de comer cachos de uvas roxas, deitado no seu divã de praia, olha no binóculo toda aquela brincadeira. Resolve interceder.
- Entonces ustedes lograram el petrólio, no? Soy por ora Zé, por ora Ricardo, por ora Zé Ricardo. Que tal abrir una fabrica de plasticos?
Depois de um dia cotidiano na Praia Grande, meu pai resolveu a abrir uma fábrica de plásticos com o estrangeiro, assim ganhou muitos dólares, vinhos e caviares.


Minha mãe era a Tiradentes do cortiço, usava um banheirinho abandonado para tirar a dor dos moradores, ela perguntava: - Doeu? Enquanto os pacientes segurando nas suas pernas, soavam como cachoeiras e de suas bocas escorria sangue...

CAP. III – A FASE DO MEDO


Mudamos de vida, compramos uma mansão de três andares na Zona Sul e aos sábados comíamos no restaurante francês. Minha mãe, que era a mais inteligente do cortiço, estudou na Universidade da Nossa Cidade e virou uma odontóloga. Comprou um consultório e contratou pessoas, montando sua própria fábrica de dentaduras.
Agora a família era empresária; menos eu, que freqüentava a Escola Alemã de Artes e Tecnologia, de gravatinha e gelzinho no meu ex-cabelo amarelo. Andava por corredores escuros que me engoliam, de altura 20 vezes maior que eu com retratos de suásticas distorcidas. A música tinha um pacto com o demônio. Só tinham professores homens e todos gordos e dentuços. Só tinha coleguinhas homens também, foi nessa época que virei São Paulino. 7 aos 11 anos. Uma fase de medo, com poucas palavras e muitas imagens.

CAP. IV – A FASE PORCA

Depois veio a fase porca. Eu ficava em frente à TV de 29 polegadas, plana, LCD, e eteceteras tecnologias vendo desenhos porcos ou seriados americanos. Conclusão, voltei a ser gordo. Comprava muita pipoca com cheddar, Mc, Coca Cola, Leite Condensado e me divertia. Nessa fase, contribui com o aquecimento global, pois meus gases eram ensurdecedoramente legais! Quando eu não arrotava na frente das amigas da mamãe ou vomitava no sócio estrangeiro do papai, jogava meu Play 3 que ganhei do Dono da Play Station. Eu passava madrugadas inteiras nele, sem fechar os olhos que ficavam com pequnos capilares vermelhos, parecia um possuído.
Meus amiguinhos eram porcos como eu. Eles vinham em casa e planejávamos ter um negócio, o: ANUBIS CORPORATION s/a, que venderia desde chupetas até limusines. Nossos empregados seriam fantoches com chips programados para trabalhar para sempre. Eu também queria dominar o mundo. Fase de grandes prazeres e depressões.

CAP. V - PLUBERDADE OU ABORRECÊNCIA

Cansei de gordinho nojento e virei sexy. Comecei academia. Comecei a trabalhar com o papai. Comecei a ser popular na escola. Comecei a pegar garotinhas. Ir em baladinhas. Começaram a nascer crateras no meu rosto. Ele começou a alagar de óleo de girassol. Comecei a escutar musiquinhas de baixo nível e aprendi a dançar o Rebolation (e coloquei no You Tube). Gostava de usar roupas de surfista e conversar no MSN. Conheci uma menina de cabelos brancos e de ossuda na academia. Comecei a namorá-la. Ela não comia, falava no agudo e me ligava pra saber se comprava o sapado rosa com listras ou rosa com bolinhas; acho que namorava só para o meu tempo vago, pois no meu tempo ocupado trabalhava na multinacional do papai como motoboy.

CAP. VI – ADULTICE AGUDA

Fui promovido e hoje sou secretário do Sub-gerente Geral de Faxineiras, ganho 200 reais e mais 50 se eu bater a meta: “Combatendo os protozoários com uma vassoura”. Assim, posso pagar o alpiste da minha namorada, que atualmente é uma que encontrei jogando baralho no hospício. Eu a amo! Por isso a retirei do hospício e estou criando-a numa gaiola em casa. A gaiola fica destrancada, pois não sou um cara ciumento.

Quando era São Paulino aplicava na poupança. Cresci, agora palmeirense, aplico na Bolsa, essa que, por sua vez, sempre cai na minha cabeça! Estou lendo “7 dicas para a Eficácia” e 7 vezes li o “Monge e o Executivo”, mas até o fim do mês leio 15x. Quero ser o Roberto Justos, teruma casa de ouro e se possível, a REDE GOLBO DE TELEVISÃO.

MAKING OFF:

- Adeus, meu filho! Cadê a plebe que estava aqui?
- Lembranças de mim, Vassalagem!
- Saudades, quer que eu mande uma foto?
- É BURRA, isso sim, burra e fútil!
- Quem não faz poeira, COME! Esgasga e morre!
- Queria ser meu espelho.
- Orgulhoso, quem? A Iguana?
- Suas desculpas perpetuam sua mediocridade!

- Suuuua... EXDRÚXULA!!!
- Ignorante? Quem? Sei lá o nome do meu papagaio!
- Bater metas, metas, metas.
- Ai, CARALHO! Minha espinha dorsal!
- Isso aqui é um circo? SUINAGEMM!
- Bebedouro? O que é isso?
- Meu caviar, BELUGAAAAA!

"UHH, QUE LOUCURA!"
- diz Heloisa

Frase da Semana: No peito dos desafinados também bate um coração.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

E se fecha um ciclo de três anos...




Caros leitores,


Tenho uma notícia de exímia importância: EU SAI DO TEATRO.

Se você está pensando: Sabia que ela não aguentaria o tranco ou é que o mosquitinho do teatro não picou ou enfim ela decidiu estudar física quântica e fazer mecâtronica; pode pegar uma agulha bem pontuda e estourar o seu balãozinho de pensamento, pois não cedi ao sistema.

Tudo começou num cursinho pré-vestibulinho de agosto a novembro do ano passado, que eu fiz para entrar no colégio que estudo hoje; nesta época precisei faltar alguns dias nos ensaios, pois batia com o horário do cursinho e eu não conseguiria acompanhar. Graças a São Longuinho, o diretor da Etesp achou minha prova bonita e me passou. Só que lá, para ser uma ótima escola, eles precisam passar muitos trabalhos e lições de casa difíceis e demorados, que é quase impossível de fazer ensaiando segunda, quarta e sexta o dia inteiro, mais os Fins de Semana. Resumindo toda essa baboseira, queria tempo para estudar direito.

Segundo motivo: presentear a si mesmo sempre é bom para sua auto-estima, e estava com vontade de me presentear tempo para não fazer nada. O famoso ócio dos gregos. Sabe o nada? Sabe, né!!! E aposto que você adora! Coisas como cochilar, assistir à Sessão da Tarde e chamar os comer brigadeiro na panela com coca assistindo Friends, ainda não fiz, mas está anotado na minha agenda de outubro.

Terceiro Motivo: Vontade de fazer outras besteiras, pois se você faz teatro no grupo em que eu estava, você SÓ faz teatro; queria poder ler umas poesias, escrever num diário, ver mais filmes (cults e enlatados), ver mais os amigos etecetracoisasfúteisetais... E eu tenho uma utopia que a apelido esperançosamente de sonho, que é até meus 25 anos falar: Inglês (speak sosososo), francês, alemão, español (hablo bien MAL!) e mandarim (do jeito que eu mudo de idéia daqui a pouco tô falando crioulo, ou a língua dos xiitas, mas;) O que tem tudo a ver com a minha área, o jornalismo; e que, mais uma vez, necessita tempo.

Pra dizer adeus (mas não para dizer jamais, como na musiquinha dos Titãs) , cito algumas palavras de minha encantadora peça que dirá mais da dor do que eu mesmo:

" O sol estava baixo e gelado. Uma voz ecoava no meu ouvido: volte para casa e aprenda sobre a vida. Deite em sua cama e pense nos amigos, fumando, bebendo, escrevendo, jogando, aprendendo, amando e sendo. Parece que todo tempo nós estamos esperando por um tipo de sorriso, todo tempo os filmes falam sobre as nossas vidas. Um dia eu comprarei uma casa, e nessa casa haverão alguns cachorros, gatos, passarinhos e amigos. Amigos estarão lá e trarão dias doces! Não. Eu não devo me enganar, desta vez não. Todos estão sorrindo e eu mais uma vez paraço não entender o que realmente se passa. Havia uma porta. Eu fiquei me perguntando se o que todos os outros encontraram eu também iria encontar. Talvez eu vá mais longe do que eles. talvez eu viaje para outros lugares. Me case, tenha filhos, um marido perfeito, carros, roupas,m uma religião, pessoas... Continuo a apontar as mesmas coisas de antes, mas não posso mais me apoiar na inocência. Eu nunca fui dona da minha história. Eu nunca fui protagonista da minha vida. Talvez um dia, quando eu me tornar mais mulher, mais madura, eu possa decidir algo sobre mim. Meu rosto não é meu. Meu cabelo não é meu. Meu olhar não é meu. Eu não me pertenço. Eu também não sei fazer a revolução, mestre. Mas seria lindo assisti-lá, poucos aprendizes. Temo que tudo isso não passe de ilusões dos homens. Adeus meus queridos, torço por vocês."


Frases da Semana: A única coisa que ansiamos em nossos dias de vida, que nos faz gemer e suspirar e nos submetermos a todos os tipos de náuses singelas, é a lembrança de uma algria perdida que provavelmnte foi experimentada no útero e que somente poderá ser reproduzida(apesar de odiarmos admitir isto) na morte. - Sal Paradise, personagem do livro On the Road (que eu releio 30x).


Não tem nada mais a fazer do que seguir o ritmo. - Dean, também de On the Road


E sobre a melancolia... Depois da melancolia de Dakar (uma cidade dos EUA), ele passou por uma fase terrível, chamando-a de Sagrada Melancolia.


Acontecimentos da semana: Sabe o menino rico do post de baixo, hoje é meu namorado. Me enganei, infelizmente ele não é rico, mas pode me pagar um café no Franz Café. Analizem: alto, bonito, carinhoso, usa sapatos, trabalha todas as tardes, pede a conta em francês, me manda botões de rosas e me dá chocolates suíços. Impossível de não apaixonar, aposto até que você, homem de 50 anos que é casado e tem filhos também ficou interessado. Pena que não estou pronta para casar, pois só sei ferver água, fritar omelete e fazer lasanha congelada!


Guia Cultural Heloisa Evelyn:


Ensaio sobre a Cegueira - Vamos para a crítica informal, o Fernando Meirelles é bom, consequentemente o filme é bem dirigido. A poética da obra de Saramago perdeu-se um pouco(duvidem disto pois li poucos trechos do livro). O filme causa desconforto; positivo, é claro, pois sai com vontade de visitar um azilo. Mostra como o ser humano pode ser escroto e individualista, e ao mesmo tempo mostra como ele precisa de outro de sua espécie. É sempre um prazer, e eu já comentei isto aqui, ver o anão gostoso ndo Gael em cena, seu personagem é o ditador da prisão dos cegos que rouba a todos e estupra as mulheres. Os momentos mais marcantes foram o estupro, quando eles escutam a música no rádio (mais uma vez a arte ajuda o ser humano) e quando Gael canta no microfone: I just called to say I love you. É, vale a pena pessoar!


Hygiene - peça do grupo XIX de teatro que está em cartaz todos os sábados e domingos na Vila Maria Zélia (uma antiga Vila de Operários perto do metrô Belém) aos sábados e domingos, 16:00hrs. O grupo é o seguinte, um monte de ator bão e inteligente que pesquisou sobre a Higiene no Brasil, desde o séc. XIX. E durante um longo processo, escrevem, improvisam e montam em cima do tema, a peça. Eles falam de comoa higiene oprime, e oprimiu, a população. Citaram imigrantes que não conseguiram embarcar no navio por ter roupas sujas em sua bagagem (personagem de Sara Antunes), falam de imigrantes que continham doenças e que foram mortos a favor da higiene.(personagem de Mariana Armellini) de um médico italiano e revolucionário que veio ao Brasil (o próprio diretor, Luis Fernando, fez o personagem no dia pois caiu uma tábua na cabeça do ator) e etecetros personagens. A poesia é maravilhosa, as interações são frequentes e engraçadas. A pesquisa é evidente. A peça começa em frente a uma igreja e acaba num cortiço. Me sentia dentro de uma fotografia do Séc. XIX. Assistam, e assistam mesmo. Eu acho um dos melhores grupos de teatro e acho que para o seu bem, você deve confiar me mim. Depois eles reestréiam Arrufos, uma peça sobre o amor que também é maravilhosa.


História de Quadros e Leitores - Um desafio feito a alguns escritores contemporâneos pela Professora de letras da Unicamp, Maruisa Lajolo, que é: fazer um conto a partir de um quadro, querendo resgatar a ligação entre pintura e poesia, que era muito mais forte em outras épocas. Muitos contos bons, destaco o de Loyola Brandão, o do Ferreira Gullar e um que se chama Confissões, que eu não lembro o nome do autor.


"pintura é poesia muda, e poesia é pintura falada" - frase do livro.
Bizarrices... Escutei o CD do Roberto Justos, e não fala sobre como negociar com seu prestador ou como vender mais para o cliente, não! Ele canta músicas! Acho que você não precisa de mais informações, só imaginar My Way e Yesterday naquela voz estável de empresário equilibrado, com uma boa guitarra improvisando atrás (boa por que ele pode comprar). Ele deve ter chamado (Sig. pagado horrores!) o mestre da ULM de canto lírico e ensaiado madrugadas exautivas, só para o primeiro versinho de My Way, eca! Bom, ele não desafina, mas o que problema é que não há razão de ser ou estar, é que nem colocar a Xuxa pra administar uma multinacional. Bom... Justus, um conselho pra ti! Continue cantando em seu chuveiro, a mamãe vai ouvir de qualquer jeito, pois só ela comprou o sei Cd, não é? Ou canta no ouvido da burra da sua namorada, pra ver se ela consegue fazer alguma coisa além de comprar roupas e fazer programas escrotos na TV!


Ah, cansei, só isto; me dêem boa sorte, que hoje é meu primeiro dia de inglês, lá na Cultura. E eu tô indo pra lá depois do violão. Beijo beijo. Agora pode fechar a pág. e começar a divagar sobre...






segunda-feira, 7 de julho de 2008

Heloisa e o menino rico


Alameda dos Aicás, esquina com a Bandeirantes. Moema. Isso foi no domingo passado. Havia tido um mês e meio de apresentações da minha peça de teatro, nos fins de semana. De segunda, quarta e sexta ensaiando e terça e quinta, lendo Stanislavsk e vendo Chaplin. Precisava espairecer. Então resolvi ir numa baladinha.
Famosa matinê, você beija um e dança, beija dois e dança... beija dezessete e dança. As meninas conseguiram VIP, ou seja, sem pagar um centavinho e no camarote. Camarote = uma pulseirinha florescente ridícula e refrigerantes grátis. Eu paguei 15 e ganhei o desejado camarote.
No começo estava chato; não gostava da música, das pessoas, de ver uma criança de dez anos fumando Malboro, minhas amigas fumando o pop “black de menta”. E eu, na minha água sem gás e sem gelo. Desperdicei minha saliva com um menino que não ficou comigo 37 segs, apesar dele ser musculoso e a tentação das ninfetinhas de lá.
A Gabi encontrou um amigo da Fecap, o Pedro. Que estava com dois amigos BONITOS, não exatamente o bonito que eu gosto, mas o bonito das vovós e da novela das cinco e meia, aquela que eu não quero pronunciar o nome. Gabi com Pedro. Carol com Renan. E Helô... eu, por quê eu? Sim. Você com Victor. Um beijo frio, mas ao mesmo tempo macio. Ele me encostou na parede e beijou. Parede espelhada. Estava de olho aberto. Imaginei que estivesse olhando pra ele mesmo no espelho e dizendo: “É, eu sou o fodão!”. Tentei dançar o Créu e voltei ao menino. Ele confessou que odiava o Creu. “Parabéns!” E fiquei mais surpresa quando confessou que desejaria que estivesse tocando Frank Sinatra ou Louis Armstrong. Resolvi parar tudo e reparar nele, o que nunca fiz nessas pseudo-baladas. O tipo de cara que limpa a bunda com libras esterlinas, mas ele é inteligentezinho.
Estava de sapato social marrom e camisa do jacarezinho. Morava na Vila Nova Conceição. Havia feito Casa do Teatro, aquela escola de teatro que o curso livre infantil de uma vez por semana custa R$ 251, 00. Trabalhava nas três indústrias de seu pai e amava sua irmã que estava estudando na Itália. “Eu tinha uma namorada, só que acabei com ela.” . “Por quê?” perguntei e ele não entendeu pronunciando tudo certo com um sotaque muito paulistano. “PeRdão?” “Por quê?” e a resposta: “Por que se eu trouxesse ela aquio, ela diria ‘que gente feia!’ e se trouxesse ela no Fazano, por exemplo ela diria ‘quanta gente velha’. Ah! Meu bem, me leva no Fazano e me paga uma coca-cola que eu já ganhei o dia. Continuei. Pois desde pequena fui educada assim: “Filha, escolha um namorado, rico, muito rico, milionário; que te leve em restaurantes caros e pague suas compras no shopping”. Aquilo não era minha essência, só a minha educação...! Trocamos telefone. Perguntou umas 10 vezes se eu iria lembrar dele quando ele ligasse em casa depois de sua viagem de 15 dias pra Europa. Depois falou que estava apaixonado por mim. Simples. Liguei pro meu pai do celular dele. A Gabi falou que era um chocolate, mas eu sei que fiquei com dificuldade de apertar o botão pra ligar. Fui embora dez horas. Não queria mais. Eu vou ligar pra ele, com certeza. E agüentar o que ele fala. E como esses burgueses falam, heim? O que fez, o que deixou de fazer, onde viajou, o que comeu, o que peidou, o que jogou. Lembrei da frase do Woody Allen: “Se ao menos o homem calasse a boca!”. Bom, nunca tive preconceitos, porque ter agora se ele pode pagar meu capuccino no Franz Café? Só preciso aprender a usar todos aqueles talhares inúteis que tem no Fazano. Pra quê tanto? Gasta mais água pra lavar a louça, Vic!

Próximos capítulos... "Heloisa e o menino inteligente". Eu sei que você não é obrigado a aguentar minha fase galinha, porém as divagações do menino inteligente são incríveis.

Frase da semana: "Não misturar bolacha recheada, pizza, batatas ruffles de cebola e salsa com soja e feijão, causa odores mortais!", " Não seja você, seja o quê você quiser!", essa tem nos livros da Zíbia?

quarta-feira, 4 de junho de 2008

O famoso "Try again", você conhece?

Foto tirada na Rua Cardeal Arco Verde, ao lado do cemitério do Araçá.

"Era uma vez um reino. Lá pros lados do Camboja, Monte Everest, Guatemala ou África do Sul; muito perto de você. Neste reino só haviam mulheres, que eram separadas pela cor de suas unhas. De unha branca somente as rainhas, rosa toda a aristocracia, verde as camponesas, azul as artesãs, roxa as comerciantes, preto as presidiárias e mulheres más e vermelho (como já é de se esperar) as mulheres da vida.

- MALÚ, JOANA , HELOISA ou JORDÂNIA? Hmm... Joana! SOUZA LIMA, QUEIROZ, EVELYN ou BOVARY? Hmm... Queiroz! Joana Queiroz. Assim se chama a minha pseudo-personagem. Por nascer defeituosa, ou seja, de unhas vermelhas numa família de unhas rosas, suas mães a abandoram e ela foi obrigada a trabalhar para a corte (mas creio que não eram só as unhas vermelhas seus defeitos, ela também não conseguia se relacionar com pessoas, sentia-se inferior e superior constantemente, não tinha noção das coisas, do quanto comia ou dormia, das cores vermelhas ao seu redor e se sentia culpada por tudo isso).
Seu trabalho era masturbar as rainhas, pois era dotada de mãos muito macias. Não questionava seu trabalho. Adivinhava que não havia respostas. Morava na casa das rainhas, num quartinho isolado de 1m². Joana era sufocada, sozinha e sem nada. Redundante em seu próprio mundo. Adorava escutar ruídos. Eram vida. Autista. Por aquela frase "penso, logo existo, Joana provavalmente não existia. Tinha fortes dores estomacais. Seus dias resumiam-se em acordar, demorar 5 minutos para abrir os olhos, tomar um omeprazol, passar fio dental em seus dentes amarelos e Dove Nutricare de 3,90$ em suas mãos também amarelas. Roer as unhas vermelhas até um pingo de sangue escorrer e não perdeu está mania até o fim de sua vida. Tomar limão espremido. Masturbar as rainhas. Repousar e olhar para a umidade que se formava no teto. Joana adorava fazer isto, se identificava e se sentia feliz; a umidade era como seu coração que cada vez mais umedecia, exalava um cheiro ácido e e ficava verde musgo. Joana passou todos os dias de sua vida assim, sempre, masturbando rainhas e não existindo.

Até que no último dia de sua vida, ela chorou; chorou uns 3L de aguá com sal, sem nenhum motivo(acho que era só para se mortificar um pouco. É que ela sentia falta de encontrar-se consigo mesma e sofrer um pouco é um encontro). Foi até a igreja pedir a Deus, mas a quem ela pedia? Ela nunca pensara em Deus, Deus nunca pensara nela. Deus é de quem conseguir pegá-lo. Na distração aparece Deus. E ele apareceu. Limpou seus olhos a força e lhe deu uma caixinha, e nela estava em baixo relevo "TRY AGAIN, NOW! E lembre, esqueça todo o prazer e trabalhe para o seu sucesso individual". Dentro havia um pote de acetona e esmaltes brancos. Ela tentou de novo. Como já era de se esperar, não conseguiu. A morte a levou antes. Aquela que aparece de capa preta no meio do seu jantar de natal e diz pra segui-la até o além? Então, levou-a, justamente quando ela poderia o famoso try again. Acho que foi atropelada, esmagada ou alguém que se jogou de um prédio caiu exatamente na sua cabeça, mas não me lembro dessa parte da história. Quanto a rainha, não ficou sem seu prazer, ela mandou sua serva contratar serviços importados da Av. Indianópolis - São Paulo- Brazil, para subtituí-la. E foi muito bem substituída. Isso já faz uns 375 anos... Você se recorda de alguém que chama Joana? Não, né. Provavelmente você tem o seu mais novo projeto em mente e está sem tempo para isto. Eu sei, eu entendo, eu também tenho um, aliás, tenho prova de história e química amanhã. Tenho que estudar e não posso mais mal traçar estas linhas. Obrigado pela pequena atenção e esqueça isto. Essa tal de Joana nem existe.

Uma rapidinha("divagando no pensamento"): Tava na São Judas. Moça cult pergunta: "Onde pego ônibus p/ i p/ Santo Amaro?" Porra... Sei lá! Odeio ñ saber informar caminho!!! uma vez eu errei tudo c/ a mulher q qria pegar diploma naquele colégio da... ali perto do... Olha, pensa comigo, Helô! Eu já fui p/ Santo Amaro, com certeza. "Tem um ponto ali na Fagundes também, além desse da Av."Deve ser meio sudoeste, centro-oeste, pro sul... perto de um hospital! Tem um Objetivo por ali. Lá q foi o jantar medieval d escoteiro da Gabi, mas ñ fui. Tinha ensaio. Eu tenho ensaio amanhã? Meu!! um níver do Tio Mário foi em Santo Amaro, foi muitoloko, tocou umas músicas... quais eram msm?? Pq eu esqueço td!!!? Minha maldita memória seletiva!!! Mas esse dia lembro que eu vim d ensaio. Putaqpariu! Esqueci de ler texto. Mas, meu, a tia Sueli, minha ex-sogra tava lá, com o Américo de Salvador, isso foi em Salvador, ou no Rio? Não, em Santo Amaro! Tinha alguém bêbado, isso tinha, certezaaa!!!! Putz, eu tava feliz nesse dia. Lembro da gente indo pro carro. Faz tempo que eu não fico feliz-feliz, feliz mesmo sabe, com esperança, mas daqui a pouco volta. São as espinhas. Tô com fome. Não faço mais regime, dieta é para os fracos. No fundo da mochila deve ter umas moedas, compro bolachas recheadas de 0,50$.

Frases da semana:
1 -"Se ao menos o homem calasse a boca" - W.A.
2- "Toda Surdez será castigada" - uma modificação da frase de Nelson Rodrigues por algum grupo de teatro que foi para o Festival de Curitiba.
3- "Vocês não são nada parados, nada. Só são algo pelo que vocês criam" - o William, meu diretor um pouco exaltadinho, depois de fazermos o primeiro ato da peça sem energia, e olha que isso não foi uma bronca, e sim uma decepção."
4- "Dia de inverno é um custo sair da cama" - a primeira frase do meu texto. Sabe que me deu vontade de fazer uma quebra épica e dizer "A atriz que o diga!".

TRY AGAIN - ando muito com essa mania de começar de novo e dar-me o direito da vida. É assim. Olha prum ponto fixo e tento de novo. Fazendo do jeito certo. Você sabe como é? Todos sabem. Até eu sei. Tô atrasada pra começar de novo. São 22:24hs. Mas se eu pensar 24min. depois das dez e não 6min pra 22:30hs, ameniza as coisas. Olho para o L do "LG" do computador e... ... "TRY AGAIN!"

Guia Cultural Heloisa Evelyn:
1. Manhatan - Woody Allen, ou qualquer coisa antiga do Woody
2. O Passado - Hector Babenco, só de ver o anão gostoso do Gael atuando já é um prazer.
3. Foi Carmem - do Antunes Filho de terça no sesc consolação, uma mistura de teatro Butô com a vida da carmem Miranda.
4. A Vida de Brian - Monthy Python e todo aqule humor britânico
5. Rilke - cartas a um jovem poeta. - isso é um livro tá?
6. E Balzac!

Pauta de comentários ou votação: Referente a fotografia de cima, você prefere a arte que vai até carne, aos mais sujos e mal cheirosos lugares da humanidade, que provoca comentários como "nossa, que forte!"" ou "não vi, fechei os olhos nesta hora" ou aquela que caminha pelos mais simples, belos e suntuosos caminhos da humanidade e que provoca comentáriuos como "ah, gostei, mó legal" ou "não sei, não entendo dessas coisas, deve ser bom"? Como a arte deve comunicar?

terça-feira, 18 de março de 2008

Um chamado aos Beatles e ao Peter Pan!



Faz muito tempo que eu não escrevo aqui. E fico muito, mas muito, mas muito triste por isso. Nesse meio tempo tantas coisas , pessoas, escolas, deveres (a minha palavra mais odiada), situações, homens, mulheres passaram por mim, que eu esqueci! Perdão, meu grande deus, Blog!

Bom... Eu vou tentar organizar os fatos:

1° Conheci a ete-sp! Virei uma bixete !

2º Paguei metrô da Vila Mariana até a Ana Rosa (credo!)

3º Aceitei as condições de louca-euteamo da minha mãe (sou uma fofa, fala ae?)

4º Assisti muito Woody Allen e Fellini (bom pra mim)

5º Fiz um ensaio aberto do Primavera (bom pra ninguém!)

6º Fiz a pior festa do ano(bom pra ninguém, nunca!)

Vamos em frente:

- Tá, a Etesp é realmente "FODONINHA". Adorei o esquema de você poder pegar o violão na biblioteca e fazer um som com todo mundo escutando. Adorei poder usar computadores com msn e orkut e blog liberados. (só tenho que lembrar de bloquear meu pai no msn).Surtei (positivamentation) com nível e o estado que os professores são. E morri, (positivamentation) com as pessoas que frequantam a escola! Sinto que eu estou em casa lá, sou livre. Não matei muitas aulas, ainda. Só fui jogar bilhar uma vez, na aula de biologia e me arrependo, por que o profº Fernando, além de ser da usp(¬¬) e dar o máximo de informações com textos e imagens, parece o Tíbio ou o Perônio do castelo Rá-Tim-Bum! Espero que não enjoe desse lugar e espero que os três anos sejam muito lentos e diliciosos!

-Tá, eu sou a favor do amor, por que realmente é a salvação do mundo, mas... eu perdi a noção! Pagar um passe para não andar uma estação de metrô, é deprimente! Bom, lá estava eu, com meu all star branco sujo, carregando na bolsa uns 5 cadernos e livros, corcunda, em crise de burguesa metódica, preocupada se foram etes que construíram Stonehenge em Londres e com pressa. Precisava ir do metrô Vila Mariana até Ana Rosa, e sempre, quase todos os dias, fiz este percurso a pé. Mas a vida é triste, não é? Então não queria ANDAR. Contei o dinheiro que eu roubei da igreja, tinha uns três e vinte, dava pra comprar um passe e ainda um churrasquinho de gato. Pressa. Pressa. Pressa. Eu queria vê-lo de qualquer jeito! Pensa: '' Ele recebe aulas das 19 ás 20 e depois... NÃO! Aquele dia eu havia marcado mais cedo, era... ah não, tá certo. Nessa hora, pensei em fazer um curta-metragem de uma menina que não queria crescer e então ela cantou Help! para os Beatles, transou com o Ringo Star e vou até a Terra do Nunca para colocar um piercing no mamilo do Capitão Gancho e virar criança. Que tensão. Pára! Heeelp! Minha cabeça dói. Parece que vai descolar, mesmo.Tá, estou triste, e na minha listinha de coisas para ficar feliz, tinha: ligar para o meu pai (não, pq ele tava nervoso que viu uma amiga minha beijando outra! Homofóbico, chato!) escutar um BB King (como? não tenho nem um diskman...), comer, não tinha tempo. E vi a placa mais biutiful da minha vida vadia. Metrô Vila Mariana. Deci, comprei passe, esperei, entrei, sai, corri, cheguei e pum! Ele já foi pra aula.

Aquela atmosfera de teatro me acalmava. Perdi a ansiedade e segui minha vida estranha em frente. Mas ainda peço aos Beatles e ao Peter Pan:

"HELP! EU DON'T QUERO CRESCER!"

E vou pra Curitiba, apresentar. Todas as histórias de peças legais tá escrito no flyer: "apresentou no24º, 25º ou 34º festival de Curitiba. Por isso, creio que vai ser doce. Um chocolate quente! Um xuxu!(?)

Percepção da Semana: "Fazer teatro é difícil e não foi essa semana que descobri isso, fazer festas é uma boa opção pra ganhar uma graninha. Mas é preciso chamar a Indonésia interia. Por que, TEM, tem mesmo, que lotar, a pubricidade tem que tá grande, e o capitalismo tem que ser aceito, pelo menos nessa situação. Foi horrível nossa festa, essa do flyer de cima. Mas fiquei com um menino muito bonito e interessante, que parece gostar de cinema e atszis, quem sabe dá alguma coisa......... Tá, parei.

Frases da Semana: "A realidade é chata, mas ainda é o único lugar onde se pode comer um bom bife".

"Certo dia, atrasei-me ao voltar da escola e meus pais pensaram que eu havia sido seqüestrado. E aí entraram imediatamente em ação: alugaram meu quarto"

"E se tudo for uma ilusão e nada existir? Nesse caso, não há dúvida de que paguei demais por aquele carpete novo".

Meu analista perguntou se eu achava o sexo sujo. Eu respondi: "só quando é bem feito".

Todas as frases são de Wood Allen, gostei de alguns filmes dele. Só não aluguem Macht Poit, N-U-N-C-A!

domingo, 27 de janeiro de 2008

Histórias para boi NÃO dormir!




"Estudava na AACD, período integral. Aquela época só tinha a muleta. Pintava o sete, eu era a líder da turminha, era muito fácil manipular meus amiguinhos, "inhos", verdadeiramente pequenos mesmo. Nem lembro direito deles, só da Renata, que tinha um toquinho de braço 'assim ó'. Depois de colocar alfinete na cadeira da diretora, rasgar a prova de matemática na cara da professora, chamar ela de filha da puta (por bons motivos, acreditem), fumar no banheiro da escola, eu não tinha mais limites, mas eu era uma boa pessoa, é que não tinha nada pra fazer.
Rafaela. (Nome de homem!) A "Rafinha" não podia tomar sustos. (Ohhh! Que sensível!) Era protegida, paparicada, elogiada pelas professoras. ( Minhas iniminas nº 1!). Tinha cabelo preto, liso e brilhante. (Sorvete de chuchu! Sebosa!).


Só estava esperando o momento certo e...!

How, how, how. A professora só podia acreditar em Papai Noel pra achar que a classe (eu me incluo nesse substantivo coletivo, claro) iria ficar quieta, enquanto ela iria buscar a caridade na despensa. Não deu outra. Cutuquei a da frente, que cutucou a da frente, que cutucou a da frente e deu um grito, que desmaiou em 2 segs. Fomos todos advertidos." - Baseado na vida da Eliane, minha tia.


LISTA DE COISAS PARA FAZER EM 2008:

- Aprender a sambar que nem a globeleza.

- Ser mais sociável.

- Comer mais mato.

- Não fazer brigadeiro de pedra.

- Dar bom-dia todos os dias, sem exceção, pro porteiro e pra faxineira.

- Escrever mais no blog, escrever pra jornal (naquela área das cartinhas, sabem?)

- Acabar de assistir "lista de filmes pra asistir em 2006"

- Parar com meu TOC (morder a pele do dedo do meio)

- Reeler 100 anos de solidão, e escrever minhas bobagens.
- Aprender a falar chinês (Pois eles seram os próximos...)

- Ser mais hippie. (Comer menos carne e ficar mais ''zen'')
- Parar de dar uma de "Che Guevara" e não gritar.

- Ser menos capitalista, parar de explorar o meu pai.

- E colocar em prática tudo isso...

Coisinhas de semana: Sabe quando parece que você tá em Marte? Pois as pessoas estão falando nada com nada, gritando por uma azeitona que caiu no chão ou pelo troco de 1 centavo que não veio. É, aconteceu. Num barzinho que eu fui na quarta, "Pizzaria Brasil - com pizza de picanha" não tinha muita coisa pra fazer, então conversei com um vellho:

- Oi. Você trabalha com música?
- Eu? Não... Já fiz uns negócios...
- Você trabalha com quê?
- Nada.
- Você é aposentado?
- Não.
- Então... Você é desempregado!?
- Não.
[...]
- Já escrevi umas músicas, na verdade, só duas. Uma do "FDP do FHC" e uma da Libertação da Palestina.
- Canta aí...
- "O FHC é um FDP, O FHC é um FDP. Agora a moda é marxista, leninista..."
- Você é comunista?
- Sou. Graças ao meu Deus. Não vai me dizer que você tem o diabo na cabeça?
- Ahn? Ah, não! Não tenho não...
( Depois chega o amigo gostoso dele)
- Oi.
- (não responde)
- Ele é de London...
- É, eu sou de Londres...

Frases da Semana: "Mora na Filosofia. Pra quê rimar amor e dor?" - Caetano Veloso e "Sem amor, só a loucura" - Caio Fernando Abreu

Percepção da Semana: Só consigo descobrir e interagir(verdadeiramente) com uma pessoa se eu entrar no seu Universo.