domingo, 30 de dezembro de 2007
Feliz Natal? É tudo ilusão!
É, isso mesmo, lembra daquela aula de matemática onde:
1/2 é proporcial a 2/4 que também é proporcional a 4/8...
É... é isso aí, e você que está lendo meu blog e lembrou que durante está aula você dormia e nem lembra o que é, pode chorar, esperniar, bater a cabeça na parede ou se defenestrar( ato de jogar algo ou alguém pela janela) por que ela vai infuenciar na sua vidinha, acredite.
E você, que não se importa com nada, tá lendo meu blog por que já tá há horas fuçando na internet e não faz nada da vida deve estar pensando: "Matemática de novo não! Até na internet!!". Não é bem assim... proporção é mais que uma aulinha chata de matemática, proporção é filosofia de vida!
Ontem. 30/12/2007. Eu. Casa do Tio César. Da July. Da Bibi e. E do nenem Cezinha. Diadema City. Fiquei muito feliz de saber que ele leu meu blog, sabe aquelela felicidade de "você foi escutada", ou "seu blog não é só um lugar onde você descarrega suas experienciazinhas que ninguém quer saber", e pensei no momento, isto é proporcional a quando um artista é escutado;
Proporcional a um espetáculo de teatro lotado...
Proporcional a um show com ingressos esgotados...
Proporcional às pessoas respeitarem e conhecerem seu trabalho...
É claro que a proporção de lerem seu blog é de 1/2 e de ter um teatro lotado é de 1024/2048, mas umas das minhas primeiras vitórias estavam ganhas, por que eu quero, mesmo, que muitas pessoas leiam o que eu escrevo e a gente possa fazer um pequeno debatezinho nos comentários.
Entre parenteseseszzzzs: Proporção me faz lembrar o dia em que aprendemos a própria, PROPORÇÃO, no cursinho. O Professor de matemática, Marcos (Bananinha), charmoso, cheiroso, gostoso, formado na USP para fazer vingança a um cara que morreu(só por issto), desejo de todas as menininhas foguentinhas do cursinho, com todo seu humor pornô escrevia na losa, errava e apagava com seu apagador gigante e irritante com a minha rinite.
A menina ingênua (Bibi, que eu já citei no meu blog) pergunta ao prof°:
- Ô Profeeeessor! Por quê você usa um apagador tão grande?
(Não fazia a idéia de sua resposta, que sempre eram boas, imaginei um a la Chapeuzinho Vermelho, como "pra te apagar melhor", sei lá...)
- Por que é proporcional ao meu Tênis. Eu disse TÊNIS!!!
(risos na sala de aula).
Proporções do dia -a-dia...
- Filha da Xuxa, a Sasha, comemorando seu aniversário de nove anos num baile funk do Rio de Janeiro. Proporcional ao lindo e brilhante futuro do nosso pais. "Brasil, um dos países emergentes" ou proporcional a Lindsay Lohan (aquela atriz americana de 20 e poucos anos que foi apreendida com drogas, sabe?)
- O calor insuportável nesses dias, proporcional ao FIM, todos vamos morrer de calor nessa estufa, é isso aíí!!
- O trânsito de São paulo é proporcional à China.
- Uma mãe batendo numa filha por ela queimar o hamburger e deixar a casa fadendo a queimado, assim deixando seu cabelo que foi lavado com "Creme de Tratamento Iluminador Loreal Paris" de R$ 97,99 também fedido... É proporcional à ditadura militar, militares batendo em revolucionários para poder sustentar seu luxo.
- Jogar um papel de bala na rua, proporcional ao Rio Tietê.
- O menino diz que seu filme predileto é o "American Pie" ou adolescentes escutando "black music", proporcional ao que aquele governo babaca tanto nos influencia.
Frase da Semana: Pra escrever sobre o amor não é preciso estar apaixonado, até por que eu sou compositor, eu invento histórias. - Djavan
Percepções da Semana: "Feliz Natal?" Feliz se você quiser, triste se você também quiser, musical se você quiser, animado se você quiser, engraçado se você quiser, tudo é ilusão, não existe esse negócio de feliz ou triste, depois de um tempo você vai perceber que dinheiro é só uma questão de esforço inútil, seus amigos são um esforço útil e sua família um esforço mais que útil e assim a gente vai vai levando, mas tem que ser ser a la João Bosco... " FELIZ DA VIDAAAAAAA!!!!"
Coisa da Semana: "Blackbird singing in the dead of the night/ take these broken wings and learn to fly/All your life" é um trecho da música dos Beatles "Black Bird", pouco conhecida mas linda! E um arranjo maravilhoso... Aquele trecho significa " Passáro negro cantando no silêncio da noite/Pegue estas asas quebradas e aprenda a voar/Toda sua vida" tem muito haver com a que eu falei acima, tudo é só uma questão de pegar as asas quebradas e aprender a voar.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
A Primavera.
"E a primavera vai se prorrogar no meu jardim, lá fora eu vou rodar até o ceú cair 'ni mim', se o ceú não desabar eu puxo estrela com a mão, se minha mão queimar eu abro um buraco no chão!
"PRIMAVERA - Criado a partir da obra "O Despertar da Primavera" de Frank Wedekind
Dia 16/12 às 11hs (domingo de manhã meeeesmo!)
Espaço Maquinaria. Rua 13 de Maio, 240 - Bela Vista. Entrada Franca.
Informações: 86342385 ou no meu 93243192.
Bom, quando eu era pequena, 7 anos, aproximadamente, tamanha era a minha "experiência de vida" que eu já sabia o que fazer da vida. Queria ser médica, dermatologista. Morar num flat de quatro quartos na Vila Nova Conceição ou no Itaim Bibi, de fim de semana chamar os amigos (também médicos, ou engenheiros, ou empresários) para comer um caviarzinho e tomar um whisk Jonnie Walker. Queria ter somente um filho e colocá-lo para estudar no Etapa. Nos fins de semana viajar pra Europa e pros Estados Unidos (aquele país que eu achava o mais legal do mundo), talvez nas férias ir pro Hawaí ou para o Caribe, ter muitas roupas da Dolce Gabbana, muitos tênis da Nike e muitos perfumes importados.
Um pouco destes ideais foram influência da minha mãe, formada em Odontologia e arrependida por não etr feito medicina... Um pouquíssimo do meu pai também, um cara que foi "Hippie", lutou na ditadura, viajou de carona o Brasil inteiro, com certeza usou drogas e hoje é dono de uma empresa de seguros e bebe whisk Jonnie Walker.
Mas estes ideias foram mudando, neste meio tempo eu quis ser Alquimista(influência de livros), Física(influência de professor), Matemática(também de professor), engenheira(mãe), juíza(mãe), diplomata(inflência do vinicius de Moraes), escritora(livro), quis ser dona da empresa do papai(da Bibi, por que o pai dela tem empresa e ela também queria ser dona), modelo(a TV e a publicidade), quis até fazer publicidade(influência de um pssor de teatro desmiolado no mal sentido).
Bom, consegui fugir àquela vidinha que eu contei lá em cima, e agora, já há algum tempo decidi fazer teatro e ser jornalista, duas coisas que eu gosto muito, meeeesmo, adoro escrever e atuar e talvez eu não me sinta tão segura quanto aos sete anos, mas eu tô bem feliz. E apesar de tudo isso, não me considerem como um a pessoa burguesa (não mesmo!!!!!!!), chatinha e que mal sabe nada, por que eu não sou.
O teatro, atualmente, é um coisa extremamente complicada e não tem um sentido único, ele mudou muito o seu formato de uns tempos pra cá. O teatro atual é muito mais livre, pensativo, inteligente, instintivo e ao mesmo tempo consciente( não me refiro a todos os grupos, por favor!) e sem o seu próprio símbolo: as máscaras. É evidente, muito evidente, que no Brasil o teatro não tem uma valorização grande, sofrendo vários tipos de preconceitos e tendo uma remuneração muito baixa, mas eu revolvi comprar essa briga por que até agora, esses aninhos que eu faço teatro, não encontrei lugar de tamanha liberdade e prazer em fazer, onde eu falo o que tenho vontade pra todo mundo ouvir, isso eu acho a coisa mais legal. Mas, é isso aí, estou feliz de ter mudado de opinião e não agir mais por influências, e obrigado pelas influências que me fizeram criar uma opinião, que em parte foi meu próprio pai.
Coisinhas da Semana: Vou me formar amanhã, vai ser legalzinho. Eu escrevi o discurso, é um puxa-saquismo do caraculis, mas fazer o quê, se eu tiver que dizer a verdade do meu pensamento sobre a escola, só vão me achar uma chatinha, adolescente rebelde e anti-social, e eu já estou cansada desses apelidos. Mas as valsas vão ser divertidas e vai ter muita comida, isso é bem legal. Vou entrar com o Abrão, o prof° de História, e me orgulhei por essa escolha! Por que ele é relmente um professor que eu vou sentir saudades. E quero muito ir logo pra Etesp (Escola Técnica Estadual de São Paulo), tenho certeza que eu vou adorar.
Frase da semana: "Você é o que você come". É um programa que passa na GNT e um livro também, achei legalzinha. E o mais legal foi eu ter falado isso pro meu pai, alertanto ele do seu colesterol e da sua diabetes alta e ele falar: "é, eu sou uma pizza com cobertura de whisk"!
E VENHAM ASSISTIR!!! O PRIMAVERA NO DOMINGO(16) ÀS 11HS E MENINA DE LOUÇA NO OUTRO DOMINGO(23) !!!
MENINA DE LOUÇA - baseado na lenda da loira do banheiro.
Texto e direção: William Costa Lima
Criação e Interpretação: Heloisa Evelyn
Domingo(23/12) às 19:00hs. Av. Miguel Stefáno, 349 - Saúde, próx. ao metrô.
APAREÇAM!
Ahh, e dia 19/ 12 (quarta) às 19:00hs, eu vou tocar, nesse bar aqui:
NOTRE DAME
Av. Hélio pelegrino, 1170 - Vila Olímpia. Fone: 38493663, VAI SER FODÃO! ESPERO POR TODOS!
domingo, 9 de dezembro de 2007
Sobre as putas da Lapa...
Pobres flores gonocócicas
Que à noite despetalais
As vossas pétalas tóxicas!
Pobre de vós, pensas, murchas
Orquídeas do despudor
Não sois Loelia tenebrosa
Nem sois Vanda tricolor
:Sois frágeis, desmilingüidas
Dálias cortadas ao pé
Corolas descoloridas
Enclausuradas sem fé.
Ah, jovens putas das tardes
O que vos aconteceu
Para assim envenenardes
O pólen que Deus vos deu?
No entanto crispais sorrisos
Em vossas jaulas acesas
Mostrando o rubro das presas
Falando coisas do amor
E às vezes cantais uivando
Como cadelas à lua
Que em vossa rua sem nome
Rola perdida no céu...
Mas que brilho mau de estrela
Em vossos olhos lilases
Percebo quando, falazes
Fazeis rapazes entrar!
Sinto então nos vossos sexos
Formarem-se imediatos
Os venenos putrefatos
Com que os envenenar
Ó misericordiosas!
Glabra, glúteas cafetinas
Embebidas em jasmim
Jogando cantos felizes
Em perspectivas sem fim
Cantais, maternais hienas
Canções de cafetinizar
Gordas polacas serenas
Sempre prestes a chorar.
Como sofreis, que silêncio
Não deve gritar em vós
Esse imenso, atroz silêncio
Dos santos e dos heróis!
E o contraponto de vozes
Com que ampliais o mistério
Como é semelhante às luzes
Votivas de um cemitério
Esculpido de memórias!
Pobres, trágicas mulheres
Multidimensionais
Ponto morto de choferes
Passadiço de navais!
Louras mulatas francesas
Vestidas de carnaval:
Viveis a festa das flores
Pelo convés dessas ruas
Ancoradas no canal?
Para onde irão vossos cantos
Para onde irá vossa nau?
Por que vos deixais imóveis
Alérgicas sensitivas
Nos jardins desse hospital
Etílico e heliotrópico?
Por que não vos trucidais ó inimigas?
Ou bem. Não ateais fogo às vestes
E vos lançais como tochas
Contra esses homens de nada
Nessa terra de ninguém!
Pra quem não sabe, não. Não fui eu que escrevi essa poesia. Primeiro, por que eu nunca fui à lapa do Rio de Janeiro. Segundo, por que eu nunca comi uma puta. Este, foi Vinicius de Morais, ó Deus, ó Grande, lindo e maravilhoso, Vinicius, nome do meu futuro filho e do meu violão.
Estava eu, assistindo ao documentário do Vinicius de Morais na GNT, e me surpreendi em vários momentos, o cara é poeta, fez direito, é diplomata, músico, crítico de cinema, jornalista, escreveu "Chega de Saudade", como assim? Pode existir um ser assim? A hora que passou este poema foi um dos momentos surpreendentes, junto à hora que o Caetano fala que pensava que Vinicius de Morais era um negro, e quando relembrei Orfeu Da Conceição , peça de teatro onde só haviam atores negros, uma adaptação da lenda grega Orfeu para as favelas do Rio de Janeiro. A dramaturgia e as músicas são do Vinicius, e é tudo lindo, além de tudo que ele foi, ainda trabalhou com teatro! Para quem quiser tem o livro sobre a peça, com as músicas, textos e comentários, que é muito bom. E mais uma coisa, acho que qualquer pessoa do mundo, não pode morrer sem antes conhecer as músicas e poesias do Vinicius.
Percepções da semana: Tudo nesse mundo é ao contrário! Quanto mais eu tenho as coisas, menos sou feliz. quanto mais eu gosto de um cara, menos ele gosta de mim. E como dizem por aí, aonda está a tal felicidade? Oh, o que farei? Adeus, mundo cruel? NUNCA. Esses tempos de tristeza são passageiros e como diz Vinicius de Morais: " É melhor viver do que ser feliz!"
Frases da Semana: (de Vinicius de Morais)
1. É melhor viver do que ser feliz.
2. Quem pagará o enterro e as flores se eu me morrer de amores?
3. Pra viver um grande amor, é preciso amar sua amada como sua primeira namorada.
4. Amor, que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.
As políticas vou deixar de lado, só as de amor que é mais importante.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Você consegue chorar pelas crianças da África?
Lê o jornal:
"Seu ritmo veloz e escrita altamente fluída com imagens surpreendentes remetem à intensidade das experiências narrativas, influenciando diretamente pela 'prosódia bop espontânea' de Kerouac. Assim como os demais beats, Allan Ginsberg considerava que o único fermento para a criação era a entrega total a uma vida marginal intensamente vivida e a aceitação das experiências mais miseráveis como “necessárias para o processo de purificação da existência”
Essas palavras foram intensas na cabeça da menina. Pensava. De um lado para o outro andava. Estava triste, ou infeliz, o que preferir. A dor de cabeça de situações mal resolvidas a corroia profundamente por longos dois dias. E gostava de mostrar isso pra todo mundo. Inocente, a sua mãe. Achava que a menina era uma suicida, nunca passara pela sua cabeça se suicidar, talvez eu saiba o porquê. “Eu tinha uma Conhecida. A Conhecida ficava uma mulher. Essa mulher resolveu suicidar-se pela Conhecida, por paixão, amor, doença ou coisa parecida e deixou uma carta para ela em cima de sua escrivaninha, uma carta enorme e selada, com o nome da ‘Conhecida’. A sua mãe viu, e em respeito da filha morta não abriu e deixou a conhecida ler primeiramente.” Se fosse com a menina, com certeza sua mãe abriria a carta e ficaria sabendo de tudo, sem respeito com a filha, então, ela vivia... Queria viver ainda, pra mostrar pra todo mundo que o discurso decorado 'a humanidade é louca' é verdadeiro e que elas acreditem realmente e façam alguma coisa, ou pra que as pessoas percebam sua infelicidade momentânea, só; ou ainda tem esperança de ser feliz, sei lá. No final de tudo, a menina me confessou que toda sua dor de cabeça e loucura, baseada na reportagem, foi para fugir da equação de 1° grau da vida: Consciência + coisas com que eu ocupo meu tempo . x + equilíbrio = felicidade, que não deu certo nos últimos dias. Ou pra tentar alcançar um novo estado de espírito que a faça aprender algo, como Burroughs referia seu vício em heroína, como um "experimento que ele realizava". Talvez ela só estivesse experimentando a infelicidade.
A menina chorava, chorava muito, mas parou de chorar quando, do quarto, escutou sua mãe falar com seu pai. “Ela saiu pela porta?” “Não, está no quarto, não saiu”. A sua mãe só se contentava em sua filha estar com ela, dentro dos seus territórios, possuí-la, agora se dentro do quarto estava infeliz ou não, pouco se importava.
O vermelho dos olhos saiu, as olheras e o rosto desincharam e passada a idéia de greve de fome, foi à cozinha comer umas azeitonas, pra quem é criado em apartamentos é característico solidão com azeitonas. Sentou-se na escadinha da área de serviço e olhou para as crianças, de outra casa, brincando livremente envoltas à piscante Árvore de Natal, e sentia uma mão acariciando sua cabeça, seu irmão mais velho, aqueles que fazem faculdade e você ainda está na escola, sabe? Grita por dentro: “EU NÃO SOU COITADA” e por fora balança de leve a cabeça, o irmão sai.
Duas horas depois.
E falar que a menina era anti-social era inovador, ela queria ficar em casa, obrigaram a menina a sair. Chegava a ser engraçado, ela cumprimentava de cabeça baixa, ia até a sacada da casa e esfregava em sua mão e em seu rosto, a terra da planta dos burgueses, a terra era tão chique que havia pontinhos dourados de tinta, esfregava e ficava suja, preta (com pontinhos dourados), chorava e ficava borrada. Ela queria sumir. Estava cansada, tentou dormir na sacada, mas havia partes de seu corpo descobertas que passavam muito frio, tentava cobrir com sua bolsa e seu casaco, mas era impossível, o desconforto de uma sacada dura para quem sempre dormiu em colchão macio. Então resolveu ficar acordada e resguardar todo o ódio para descontar de uma forma mais drástica, escutava as comemorações como: "Minha filha passou na primeira fase da USP" ou "amanhã o corinthians vai pra segundona!!" e se cansava, o tempo passava, o cansaço era tanto que o desconforto não a incomodava mais, só aos outros, a menina que dormia na sacada.
Acorda, e já está em sua cama. Tenta dormir, pois manhã há de ser outro dia...
Resposta à pergunta do título: Eu não. A menina talvez. E vc?